quarta-feira, 17 de outubro de 2012


Jorgynho Chinna
Chegou, convenceu e já ocupa um lugar de destaque...
Jorgynho Chinna é um showman, daqueles que contagia e prende o público na palma da sua mão. No show realizado dia 27 de setembro (dia de Cosme e Damião) o artista espalhou sua alegria e talento, mostrando que a carreira solo está mais do que pronta para o estrelato. Primeiro disco, Aprendiz, é um prato temperado com o que há de melhor do samba. Repertório escolhido à unha... não tem faixa morna, todas de igual valor, feitas pelos mais cobiçados compositores do momento. Não adianta falar, tem que ouvir para conferir!!
Em entrevista exclusiva, Jorgynho conta como foi essa estrada até aqui:

Como foi que você apareceu na Música Popular Brasileira?
Ah! Isso já está fazendo duas décadas e meia. Vim de Nova Iguaçu, da Escola de Samba Leão do Iguaçu. Quem me levou para lá foi o Anésio do Cavaco que me apresentou ao Paulo Tenente, que era o presidente da escola e tinha acabado de montar um grupo de pagode, o Grupo Pirraça.  Souberam que tinha nas redondezas um camarada que tocava Banjo... fiz o teste e passei. Ou seja, estou nessa caminhada desde 1986. Fiquei no Pirraça 2 anos, fiz 2 discos. Depois, sai do Pirraça e fui rodar o mundo fazendo um Samba Show com o pessoal da Imperatriz Leopoldinense (México, Estados Unidos etc). Quando acabou a turnê, montei um grupo chamado Samba Pra Gente. Esse grupo está aí, fazendo um trabalho super bacana. Mas a proposta do grupo mudou e aí resolvi sair e fazer minha carreira solo. Esse CD, Aprendiz, inaugura essa nova estrada.

Antes de mais nada, te desejo muito sucesso!! Porém existe uma lacuna que a gente ainda não tocou... você é um compositor de grandes sucessos... Fale dessa faceta.
Tive a oportunidade de compor com Cleber Augusto. Fizemos um samba, juntos com Djalma Falcão, que foi gravado por Jorginho do Império, 'Luz Neon'. Depois gravei com Luiz Ayrão a faixa 'Tempo de Espera' e aí peguei gosto por esse negócio de compor.  Na sequência veio o grupo Fundo De Quintal que gravou 'Fera No Cio', parceria com Cleber e Djalma; depois o Grupo Raça gravou, 'Dito Pelo Não Dito'; e agora, o Péricles (ex Exaltasamba),  gravou ' Me Leva Pra Casa', que fiz juntamente com Claudemir e o Dinei. continuo compondo... vamos ver né!

Em casa de ferreiro o espeto é de pau... No seu primeiro disco solo, você, compositor de sucessos, só assina uma faixa!! Por quê?
Porque sei o quanto é difícil colocar uma música no disco dos outros. Esse é o lance... temos que dar oportunidade para os amigos que estão aí compondo.

Na sua trajetória, deve ter esbarrado com muita gente que hoje faz sucesso. No show do Teatro Rival, você incluiu  depoimentos de vários artistas... Como foi seu primeiro contato com eles?
São amigos de muito tempo. O Almir Guineto, o Júnior - o nosso capacete maestro; o Anderson Leonardo, do Molejo; o Diogo Nogueira, que ainda era garoto quando eu frequentava as rodas de samba da mãe dele (a Ângela), no Severyna (em Laranjeiras/RJ). Nessa época o Diogo ainda estava dando os primeiros passos para ser cantor. Quando resolvi pegar alguns depoimentos todos foram solidários. Zeca Pagodinho, com quem passei várias madrugadas em São Paulo; Xande (Revelação) meu parceiro... enfim, são todos amigos de longa data.

Essa concepção diferente...  uma verdadeira orquestra no palco... contei 4 percussionistas, teclado, violão, cavaco, metais, bateria, 3 backing vocals, bailarinos, baixo... não vai ser  em qualquer palquinho que você vai se apresentar... tem que ser de Teatro Rival para cima...
Isso eu devo a minha empresária, Ana Cláudia. Não fosse ela não conseguiria reunir tanta gente boa. Ela acredita em tudo que faço e peço. Essa concepção de espetáculo e não de apenas um show de samba, aprendi vendo os outros ritmos, como o Axé e o Sertanejo que fazem esse espetáculo também. Muito metal no repertório, trombone... Nas minhas rodas de samba têm trombone. Enriquece nosso trabalho. E a finalidade é mesmo fazer em palcos que possam comportar esse pessoal todo.

Como está a agenda?
Estaremos em outubro estreando em Campinas (SP), Jundiaí e Sorocaba. Isso, de vir para São Paulo, começou na Vila Madalena, Pinheiros... Empresários de lá, me acharam na internet e me convidaram para fazer uma roda de samba no interior de São Paulo. Aca-bou sendo um documen-tário sobre o partideiro Jorgynho Chinna. Foi um dia inteiro. Me pegaram no aeroporto e passamos o dia todo conhecendo os luga-res onde iam rolar os shows. Isso antes de eu gravar esse disco. Aí pronto, fiquei conhecido em São Paulo. Agora com a estreia do disco e com o show pronto, nossa caminhada por São Paulo está só começando.
Também estive dia 11 de outubro, no Imperator (RJ), com Dudu Nobre e Tia Surita. Em novembro, dias 10 e 17, estaremos no Recreativo Caxiense, e nesse mesmo dia (17) nos apresentaremos também em Macaé.  É o início de uma caminhada. 2013 é ano ímpar, gosto muito!

O CD "Aprendiz"

Em "Aprendiz", os compo-sitores e suas pérolas:

"Sinuca de Bico" autoria de Claudemir e Serginho Meriti (Grammy Latino de Música com "Deixa A Vida Me Levar"); "Xangô", Claudemir em parceira com Paulinho Swing; Claudemir nova-mente ao lado de Gilson Bernini - o compositor do momento - em "Frango Com Farofa"; A faixa "O Teu Amor Me Contamina" é assinada por Almirzinho Serra; Zé Luiz do Império Serrano e Arlindo Cruz comparecem na faixa “Aí Que Quebra A Rocha”; “Aprendiz”, que dá nome ao CD, tem a assinatura de Xande de Pilares e Gilson Bernini; "Olhar Maldoso" vem com a assinatura de Marquinhos PQD, em parceria com Carlito Cavalcante; "Minha Direção" é uma parceria do poeta do samba Carlos Caetano com Xande de Pilares e Cisco; Gilson Bernini, Xande de Pilares e Claudemir assinam, ao lado de Leandro Fab, a faixa "Encontro do Amor"; "Por Querer, Sem Querer" tem autoria de Serginho Meriti e Acyr Marques; Jorgynho Chinna mostra seu lado compositor ao lado de Claudemir e Moisés San-tiago na música "Lá Vai Madeira"; e, por último, o hit "Mega-Hair" com mais uma contribuição de Claudemir, junto com Marquinho Índio e Gusttavo Clarão. 
A produção de "Aprendiz" é de Milton Manhães. Também participam do CD nomes como: o maestro Ivan Paulo; o cavaquinista Márcio Hulk; Vítor Buldoia no violão; Márcio Wanderley com seu banjo; Dudu Dias no contrabaixo; Glauton Campello no teclado e efeitos; Heber Poggi na flauta e no trompete; Gil-sinho Oliveira também no trompete; Santiago na ba-teria; Alisson Maninho, no surdo; Marcos Esguleba, no repique de mão; Beloba, no tantan; Diogo Cepacol, no pandeiro; Binho (Pique Novo), no repique de anel, batã, agogô e caixa; Milton Manhães no tamborim e no ganzá e Jorge Santana, Kátia Prietto, Paulo Santana e Andreah Beat no coro.


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

http://issuu.com/jgnews/docs/jg169 http://issuu.com/jgnews/docs/jg169


Gilson Bernini 
O campeão de sambas-enredo, emplaca três sambas nas novelas globais
Gilson já ganhou mais de vinte sambas-enredos. Só na Mangueira venceu por cinco vezes e coleciona dois estandartes de ouro. O artista, percussionista, compositor também está cantando no CD e DVD Quintal do Zeca Pagodinho, que já conquistou a honrosa Platina, com mais de 150 mil cópias vendidas. Entre uma coisa e outra, a gente conseguiu um tempinho do artista para fazer uma curta entrevista:

Quando foi que você começou a compor?
Quando tinha quinze anos perdi minha mãe e aí fui morar com meu pai. Passado algum tempo comecei a frequentar os blocos de carnaval. Depois de uns dois anos resolvi participar dos concursos de sambas de bloco e ganhei no 'Chamego de Benfica', Tinham vários outros blocos como o 'Veneno da Suburbana', enfim.  Por aquelas bandas, de Manguinhos e Jacarezinho, onde nasci e fui criado se fazia samba na hora, para alegrar as pessoas. Tomei gosto pela coisa e vi que tinha talento para isso. O engraçado disso tudo é que na minha família não tinha nenhuma pessoa ligada a música. 
Comecei fazendo esse tipo de samba para concorrer nos concursos, meu sonho maior era fazer samba para a Escola Unidos do Jacarezinho ou para a Unidos de Manguinhos.  Ganhar um samba ali era sinônimo de respeito entre a rapaziada. Passado uns anos, ganhei um samba no Jacarezinho. Comecei a fazer sambas para blocos e agremiações a ganhei a disputa de um samba na Escola União de Rocha Miranda; ganhei na Tupi de Brás de Pina duas vezes, na Maguinhos três vezes, Jacarezinho sete vezes... e assim fui.

Bom, né? Colecionar títulos, campeonatos...
A partir daí, fui tentar a sorte no grupo especial, mas só bati na trave. Perdi finais na Imperatriz Leopoldinense, na Caprichosos de Pilares, na Unidos da Tijuca, enfim. A última final que perdi foi na Caprichosos de Pilares, em 1998. Quando acabou, olhei e tinha muita gente chorando, minha torcida, por eu ter perdido o samba na final. Aí, peguei o microfone e falei que não faria mais samba-enredo para que meus amigos não passassem por isso mais uma vez.  

Desistiu mesmo, ou só deu um tempo?
No ano seguinte, para esquecer o carnaval do Rio, viajei para Marataises (ES), mas me senti muito mal por não ter concorrido. Em 2000 fui convidado para fazer uma parceria em uma única escola, daquelas que jamais pensei em fazer parte. Olhava aqueles caras famosos, com aqueles sambas...  passava perto deles e ficava pensando como eu iria ganhar deles, era a Estação Primeira de Mangueira. O cara que eu substitui na parceria no samba era o Carvalhais e meu parceiro falou o seguinte: 'Meu irmão, ganhar samba na Mangueira é como furar parede de concreto com o dedo!' - mas ganhamos!!  Certamente foi o dedo de Deus, né?  E, em 2001 ganhamos de novo com os mesmos parceiros. Daí por diante ganhei em 2003, 2006 e 2009 com parceiros diferentes. 

Até então você só fazia música para Escolas de Samba?
Era sim. Mas percebi que podia colocar músicas fora de sambas-enredos, aque-las que até então, eu só cantava nos botequins da vida. No entanto ganhar sambas na Mangueira abriu as portas para outras façanhas dentro da música.  Muitas vezes eu nem falava que a música era minha quando cantava para alguém, pois queria ver a reação da pessoa. 

Qual foi seu primeiro samba gravado por um artista?
A Lecy Brandão gravou "Natureza Esperança" - foi a primeira artista de ponta que gravou composição minha. Daí por diante as coisas fluíram mais, Graças à Deus! Revelação, Samba Pra Gente, Nosso Clima, Só Preto, Pirraça, Raça, Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira, Lecí Brandão, Alcione, Flavia Saoli, Leandro Sapucaí, Arlindo Cruz, Bebeto, Jorginho China dentre outros gravaram músicas minhas.

Você tem muitos parceiros, mas qual é o mais constante?
Estou sempre variando de parceiro, porém o mais constante é o Xande de Pilares (do grupo Revelação). Lembro de uma passagem importante na minha história, quando meu filho Genilson morreu, vítima  de um acidente, pensei em desistir, aí  o Xande me disse: vou te arrastar pra gente compor mais ainda. E foi o que aconteceu, deste momento em diante fiz muito mais coisas, parece compensação do momento ruim que eu estava passando - coisa de Deus. 

Qual dos seus sucessos é o seu favorito?
Esta música que vou te falar é a música que eu mais me apeguei, pois manda uma mensagem para mim mesmo: "Tá escrito". A letra diz assim: “Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé, manda essa tristeza embora, basta acreditar, um novo dia vai raiar, tua hora vai chegar’. Essa música fala de alta estima, fui muito iluminado em fazê-la, junto com Carlinhos Madureira e Xande. Ela me deu oportunidade de ganhar um dinheirinho e pude fazer várias coisas.

Música dá muito prazer. Qual foi o mais recente sentimento de felicidade que você teve com uma canção?
Dentre outros sucessos que tem por aí, tive a felicidade de ver regravada uma canção minha por Arlindo Cruz e Caetano Veloso "Trilha do Amor" que fiz com André Renato e Xande - o grupo Revelação já havia gravado antes. Esta música tem me dado bastante alegria ultimamente. 

Atualmente você tem 3 sucessos tocando em 3 novelas da Globo. Quais são eles?
"Tá Escrito", tocando em Malhação; "Filho da Simpli-cidade". tocando em Avenida Brasil, samba que tive o prazer de compor com Helinho do Salgueiro e o Xande - essa é a música que  mais tem a ver comigo. Não perco minhas origens, a simplicidade caminha comigo, não esqueço minhas raízes. Por eu ter um carro bom e um cordão de ouro no pescoço, não me faz ser melhor do que ninguém. 
A outra música que está tocando na novela da Globo 'Amor Eterno Amor', foi a que Diogo Nogueira gravou. Tenho muito carinho por ela que foi feita antes do meu filho partir. Ele saia todo dia de manhã ouvindo no carro dele essa música. A composição é minha e do Flavinho Silva, primeira par-ceria com ele: 'Tô fazendo a minha parte'.

Você já teve dificuldade em mostrar suas músicas para os cantores? 
Na verdade o compositor é muito desinformado, ou deixa a inibição tomar conta. Tive a felicidade de muitos acreditarem em meu trabalho e ter parceiros geniais. Quando via, minha música estava sendo gra-vada por fulano! Ela caminha, devido também aos meus parceiros. 
O compositor que acredita em sua obra, tem que ter coragem e determinação; ter autocrítica verdadeira; não achar que tudo que faz é bom. Pode até ser bom, mas se pode melhorar, faça-o. E muita vezes nem é tão bom assim. Tem que se auto-analisar e ser franco consigo mesmo! Ir com a cara e a coragem procurar e mostrar seu trabalho - eles escutam sim, basta você saber chegar. 

O que está por vir?
O novo DVD do Revelação, que ainda vai ser lançado, tem várias músicas minhas com diferentes parceiros. Tem uma música que é cantada pelo Xande e o Belo e isso era um desejo meu que se realizou - ter o Belo cantando uma música minha.  Graças à Deus tenho realizado meus sonhos, estou conseguindo um espa-ço que sempre almejei!

Você também é percussionista dos bons...
Toco Pandeiro e Tantan, prefiro o Tantan. Nas bricadeiras lá na casa do Zeca Pagodinho, em Xerém,  quando tem uma batucada que eu estou presente, assumo logo o tantan e a rapa-ziada gosta, inclusive o próprio Zeca já me elogiou. Aliás esse meu dom quem herdou foi meu filho Rafael Bernini. O cara é fera: toca, canta, compõe e ainda gosta de versar. Tenho vontade de fazer um CD com ele cantando algu-mas músicas minhas, inclusive em parceria com ele. Nesse CD vai ter também músicas com meu sobrinho Diogo Rosa, a gente também faz música junto. Instrumento de cordas, como cavaco e violão não toco, e meus parceiros comentam que por não tocá-los fico mais livre para fazer melodias. Batuco na parede, na porta, nas pa-nelas, onde der... é assim que faço as melodias e sur-gem as ideias. 

Gilson Bernini tem várias músicas gravadas, e vários sambas-enredo. Dentre seus parceiros estão: Brasil, Zé Roberto, Fernando Magaça, Xande de Pilares, Jhonatan Alexandre, André Renato, Marquinho PQD, Claudemir, Gabrielzinho do Irajá, Valtiz Zacharias, Lean-dro Fab, Rafael Bernini, Bada, Dini da Vila, Marce-linho, Clóvis Pê, Cosminho, Arimatéia, Marcos Peres, Foca, Edispuma, Melo, Licinho, Betinho de Pilares, Jassa, dentre outros.

Junto com o Zé Roberto (parceiro) fazem uma Roda de Samba o "Poetas do Samba", que acontece uma vez por mês no clube Sargentos de Cascadura. Trata-se de um encontro mensal de compositores, que acontece na segunda terça-feira de cada mês.


domingo, 5 de agosto de 2012




O Som Eclético de Deodato

Pianista, Compositor, Arranjador e Produtor Musical', respeitado no mundo inteiro pela critica, público e pela comunidade musical internacional, o brasileiro Eumir Deodato, nasceu no Rio de Janeiro, em 22 de junho de 1943. Aos 12 anos começou a tocar acordeon, depois estudou piano, orques-tração, arranjo e regência através de livros. Seu primeiro trabalho orquestral foi realizado com 17 anos, quando coordenou e con-duziu seus arranjos para vinte e oito músicos. A carreira profissional iniciou-se com as apresentações dos shows de Bossa Nova, em 1959, junto com Rober-to Menescal, Durval Ferrei-ra, dentre outros. Logo, Eumir se transformou em um dos mais respeitados e ativos compositores/pianistas do cenário musi-cal do Rio de Janeiro e do Brasil, gravando com artis-tas como Elis Regina, Marcos Valle, Milton Nasci-mento e Antonio Carlos Jobim. 
Em 1964, lançou o LP 'Inútil Paisagem', com músicas de Tom Jobim e fez os arranjos dos primeiros discos de Marcos Valle, Wanda Sá, Wilson Simonal, entre ou-tros. Em seguida, gravou o LP 'Ataque', onde registrou algumas de suas composi-ções, a exemplo de 'Razão de Viver' em parceria com Paulo Sérgio Valle. 
No ano de 1967, a convite de Augusto Marzagão, participou da comissão de seleção do 'Festival Inter-nacional da Canção (FIC)', realizado no 'Ginásio do Maracanãzinho (RJ)' e para quem não sabe, foram nas edições deste festival que surgiram grande parte da nata da Musica Popular Brasileira que se conhece hoje, a exemplo do compo-sitor e cantor mineiro, Mil-ton Nascimento. Neste mesmo ano, 1967, Eumir mudou-se para Nova York (EUA), convidado a fazer arranjos para Luiz Bonfá. Depois recebeu outro convite... Fazer os arranjos do álbum 'Beach Samba', de Astrud Gilberto e ainda, foi convidado e contratado por várias companhias para trabalhar nos álbuns de outros artistas, como Frank Sinatra, Roberta Flack e Aretha Franklin, entre outros artistas de peso no cenário da música inter-nacional. 
Em 1969, lançou o álbum 'Donato/Deodato', com João Donato (outra fera da música brasileira e mun-dial). Em 1972, gravou o álbum, 'Percepção'. No ano seguinte escreveu arran-jo para um clássico: 'Also Sprach Zara-thustra', de Ri-chard Strauss, tema do filme: '2001: Uma Odisséia No Es-paço', de Stan-ley Kubrick, fai-xa também in-cluída no ál-bum "Prelude" de Eumir, que atingiu a marca de cinco mi-lhões de cópias vendidas e lhe rendeu o prêmio 'Grammy' da música internacional, na categoria de Melhor Perfor-mance Instrumental Pop/Rock e o levou a ser reconhecido internacional-mente, elevando sua carreira musical ao 'Top Line' dos melho-res artista do mundo. A música de Strauss também lhe rendeu outra indi-cação ao Grammy, para concor-rer na categoria de 'Melhor Artista Pop'. Deodato foi homenageado e reconhe-cido por várias publicações, como as revistas: 'Record World', 'Billboard', 'Cashbox' e 'Playboy'. Isso é só uma pincelada sobre o trabalho excepcional trilhado por esse artista brasileiro. A íntegra, você pode conferir agora: 
Eumir Deodato ganhou 17 discos de platina como artista, compositor, arran-jador e músico/produtor. Chegou a marca de mais de 35 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo. Seu portfólio ultrapassa 475 discos e aglutina uma discografia com produções invejáveis, que incluem discos compilados com seus trabalhos como mú-sico pianista/tecladista, compositor, arranjador e ou produtor musical. Se come-çarmos por orquestras, Eumir já tocou com várias sinfônicas, como a 'Sinfô-nica de St. Louis'; 'Sinfônica de Cincinnati'; 'Filarmônica de Nova York' e a 'Orquestra de Música Leggera dellÚnione Musicisti di Roma'. Além disso, vários artistas de fama interna-cional, ao longo dos anos foram dirigidos e produzidos por ele ou interpretaram suas composições. A lista é vasta e inclui George Ben-son; Lee Ritenour; Sarah Vaughan; Milt Jackson; Joe Pass; Duke Pearson; Perez Prado; The Emotions, entre outros. Eumir Deodato de-pois de se apresentar no Hollywood Bowl, com o CTI All-Stars Band, formou  seu próprio grupo e estreou no Madison Square Garden, em Nova York, no ano de 1973. Depois de sete anos fazendo turnê pelo mundo afora, incluindo a Austrália, Japão, Canadá, América do Sul, Europa e oito turnês de costa-a-costa nos Estados Unidos, voltou aos estúdios, onde atuou como produtor musical para muitos artistas e bandas, a exemplo de Earth, Wind & Fire; Michael Franks; Chuck Mangione; Breakfast Club; The Dazz Band; Pretty Poison; Kevin Rowland; White Lion, entre vários outros. Ainda na mesma época, na década de 70, lançou pelo selo de Creed Taylor - CTI, os álbuns: 'Prelude' (1972); 'Deodato 2' (1973); 'Deodato/Airto in Concert', com Airto Moreira (1974). Em seguida lançou pela MCA Records os álbuns: 'Whirlwinds' (1974); 'Artisty' (1975); 'First Cuckoo' (1975); 'Very Together' (1976) e pela Warner os álbuns: 'Love Island' (1978); 'Knights of Fantasy' e 'Night Cruiser (1979). 
A partir de 1979 até 1983, produziu o grupo Pop: 'Kool and the Gang', incluindo a canção 'Celebration'; 'Ladie's Night' e outros sucessos. Nosso artista também trabalhou em diversas trilhas sonoras para filmes de Hollywood, a exemplo de  'The Black Pearl'; 'Ghostbusters II'; 'White Nights'; 'The Gentle Rain'; 'Target Risk'; 'The Reporter'; 'Beat Street'; 'Body rock'; 'The Onion Field'; 'The Girl From Ipanema'; 'The Adventures' (gravada com Tom Jobim e a Orquestra Sinfônica de Londres), teve algumas de suas gravações, incluídas nas trilhas sonoras dos filmes: 'Being There'; 'O Exorcista' e ainda, produziu as trilhas musicais dos recentes filmes: 'Assas-sinato a Sangue Frio'; 'A Pérola Negra'; Caça Fan-tasmas II e 'O Sol da Meia-Noite'. 
Eumir na década de 80, também gravou os discos 'Night Cruiser' (1980); 'Happy Hour' (1982) e 'Motion' (1985). Em 1990, lançou os CDs: 'In Concert: Live at Felt Forum'; 'The 2001 Concert' e 'Some-where Out There' (com participações dos voca-listas: Tom Hammer; Tara Kennedy e Joe James). Em 1994, participou como convidado especial, da turnê ao Japão da cantora francesa Clémentine e trabalhou com a cantora islandesa Björk, assinando os arranjos dos discos "Post" (1995), "Telegram" (1996) e "Homogenic" (1997). Participou ainda como tecladista; arranjador ou produtor nos álbuns de Ithamara Koorax ('Almost in Love'); Gal Costa; Titãs ('Vol. II') e Carlinhos Brown ('Omelete man'), entre muitos outros artistas. Em 2000, escreveu os arranjos da trilha sonora do filme 'Bossa nova', de Bruno Barreto. Em 2001, parti-cipou de um Concerto beneficente, na cidade de Nova York, onde tocou apenas a música 'Also Sprach Zarathusta (2001)' e a reação do público foi maravilhosa. Em 2002, trabalhou com Milton Nas-cimento no Rio de Janeiro, onde obteve o Grammy Lati-no com a música "Tristesse" e essa música, recebeu o título de melhor canção do ano no Brasil. Lançou em 2007, o CD 'Eumir Deodato Trio - Ao vivo no Rio', gravado na Sala Cecília Meirelles, Rio de Janeiro-RJ, onde se apre-sentou acompanhado por Marcelo Mariano (contra-baixo) e Renato 'Massa' Calmon (bateria). No reper-tório: 'Also Sprach Zarathus-tra' (Richard Strauss), 'Rhapsody In Blue' (George Gershwin), 'Sabiá' (Tom Jobim e Chico Buarque), 'Berimbau' (Baden Powell e Vinicius de Moraes), 'Dindi' (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira) e 'Samba de Uma Nota Só' (Tom Jobim e Newton Mendonça) - com arranjo criado para a trilha sonora do filme 'Bossa Nova' e ainda, "Carly & Carole", uma canção composta para homenagear as cantoras/compositoras: Carly Simon e Carole King. 
Em 2010, Eumir se apresentou novamente no Rio de Janeiro, no projeto "Multiplicidade", ao lado do artista gráfico Breno Pineschi. Este espetáculo, foi apresentado no teatro 'Oi Casa Grande' e apontado como um dos 10 Melhores Shows de 2010, pelo jornal 'O Globo' do Rio de Janeiro, edição de 28 de dezembro de 2010. 
Visitando mais o Brasil do que de costume, acabou sendo convidado para fazer arranjos e participações em gravações, a exemplo da 'Banda Huaska' e da cantora 'Laura Rizzotto'. 
Eumir nos diz: 'Atualmente a Europa não está mais como antes, está completamente difícil de fazer concertos lá',  desabafa o músico, se referindo a crise economica mundial que afeta todos os países e consequentemente os setores da produção, inclusive a música... 
'A única coisa que achei muito bom, foi o convite para fazer três shows com Al Jarreau, sendo um deles em Milão', confessa e aproveita para fazer uma crítica ao país onde vive há bastante tempo: 'Nos Estados Unidos, a indústria da música praticamente acabou, não é uma questão que esteja em situação difícil... Acabou mesmo!' 

Aqui no Brasil, nos próximos meses, Deodato tocará no 'BH Instrumental', em Belo Horizonte-MG; em Ouro Preto-MG; em Manaus-AM e por várias cidades do interior de São Paulo. Perguntamos ao artista qual o segredo, qual o diferencial na sua música para que haja tanto interesse dos gringos, de diversas vertentes da música, na disputa de horários em sua agenda para criações e produções?  Eumir respondeu: 'O interesse na minha música, no meu trabalho, talvez se deva pela pegada, pelo swing, balanço, a forma de compor e tocar. Para mim, o mais importante é estar tocando, deixando as pessoas contentes, felizes e satisfeitas' , finaliza.
Seus mais recentes projetos incluem: os arranjos e produções musicais do álbum da cantora de rock francesa: Damien Saez; o álbum da cantora sansei: Lisa Ono e o álbum da cantora de jazz: Ann Hampton Callaway. Eumir Deodato também trabalhou com vários outros artistas recentemente, como Barba-ra Mendes; Ana Carolina; Fernanda Abreu; KD Lang; Marisa Monte; Berry e Cristophe (na França, que figuraram nas paradas de sucesso); Lupe Fiasco (que lançou CD e se tornou o número um nos EUA. Nesse disco está incluída a canção 'Paris-Tóquio' que usa um sample de Eumir, da música 'San Juan Sunset'); com a 'Banda Phish', que também se tornou muito popular e gravou versão do arranjo de Eumir: 'Also Sprach Zarathustra (2001)'. 
Eumir, também finalizou, recentemente, para a EMI Records, trabalho com Luz Casal, cantora famosa na Espanha e França - trabalho esse, gravado nos respec-tivos países. Em 2011 trabalhou para o legendário cantor francês, Charles Aznavour e também para o famoso grupo: Berry, que foi lançado em abril de 2012. Além disso, produziu e organizou a carreira da nova cantora Laura Rizzotto para a 'Universal Records' e ainda, gravou seu CD 'The Crossing' em Milão-Itália, com diversos convidados como Al Jarreau; Paco Sery; John Tropea; Airto Moreira; Billy Cobham e outros astros da música mundial. Uma prova da eterna e duradoura influência do brasileiro  na música mundial. Seus planos para o momento são: tocar nos concertos ao redor do mundo e produzir novos trabalhos, incluindo um novo álbum. 

Link para abertura de 2001: 
http://www.youtube.com/watch?v=cWnmCu3U09w

Eumir e Orquestra em Also Sprach Zarathustra:  http://www.youtube.com/watch?v=Lb7rTiP6dnE